(Foto: Rosangela Falato/PMSS)
São 12 banneres com algumas das inúmeras charges publicadas por duas décadas na revista O Cruzeiro
Um dos mais famosos e populares personagem do cartunismo brasileiro, o irreverente Amigo da Onça, criado pelo chargista pernambucano Péricles Andrade Maranhão, para a Revista O Cruzeiro é tema de exposição que pode ser vista em São Sebastião. Do acervo particular do fotógrafo e caiçara Edivaldo Nascimento, a mostra com 12 banneres retratando algumas charges publicadas na revista, está no Centro de Informações Turísticas (CIT), na Rua da Praia, no Centro Histórico, aberto diariamente das 11h às 20h.
Inaugurada em 2002, nas dependências do prédio da Secretaria de Cultura, a mostra criada para homenagear os 40 anos de morte do cartunista, atraiu a atenção da mídia na época. Nessa exposição, Edivaldo obteve apoio da secretária Manianita Bueno para levar a mostra ao CIT e divulgar o trabalho de Péricles Maranhão. “As charges dele são imortais, emociona com suas piadas gostosas, suas caricaturas e humor sem malícia”, disse Edivaldo.
Entre os banneres, um deles, assinado pelo jornalista Laerte Fernandes, explica a importância do trabalho e a trajetória do cartunista pernambucano, bem como o surgimento do personagem e da expressão popular conhecida em todo o país. Criado para a revista O Cruzeiro, líder da cadeia associada de Assis Chateaubriand, foi atração da publicação de 23 de outubro de 1943 a 3 de fevereiro de 1962.
Criador
Péricles Maranhão, que vivia profunda depressão, se matou no Réveillion de 1961, em seu apartamento, no Rio de Janeiro. Depois de sua morte, a revista publicou algumas charges inéditas e também chamou outro pernambucano, o chargista Carlos Estevão que desenhou O Amigo da Onça até a edição de 3 de fevereiro de 1962, mas não conseguiu, apesar de seu talento, o mesmo sucesso de Péricles.
Nascido em Recife, em 14 de agosto de 1924, de família classe média baixa, Péricles estudou no Colégio Maristas e publicou sua primeira charge, ainda adolescente, no Diário de Pernambuco também da cadeia associada. No início dos anos 40, ao chegar ao Rio de Janeiro, o chefe de redação do jornal o recomendou em carta a Leão Gondim de Oliveira, diretor de O Cruzeiro, que deu-lhe emprego imediatamente. Péricles foi trabalhar na equipe de desenhistas da revista em quadrinhos O Guri, editada pela gráfica O Cruzeiro, e seu primeiro personagem foi Oliveira, o Trapalhão.
Em 1943, Gondim resolveu criar uma charge em O Cruzeiro e pediu a vários colaboradores que criassem um novo personagem que já tinha nome: O Amigo da Onça, baseado em conhecida piada da época que retratava o diálogo entre dois caçadores. Segundo Laerte Fernandes, “na cabeça dos leitores, O Amigo da Onça e Péricles eram a mesma e única personagem. Morto o criador, a criatura sobreviveu pouco mais de um ano, mesmo nas mãos competentes de Estevão”.
Serviço: A mostra “O Amigo da Onça” pode ser vista no Centro de Informações Turísticas diariamente das 11h às 20h.
